OASIS.

OÁSIS

Oásis*! Você é o meu Oásis!
Quando, no fim do dia, cansada,
tenho em você o homem escolhido e amado
pra escutar minhas lamúrias, desapontamentos,
sonhos e delírios,
tão bem sonegados, escondidos e guardados!
Quando fecho os olhos e digo o que
durante o dia inteiro eu não pude falar...
que, por qualquer razão, tive que calar.
Com você dialogo aos borbotões
sem parar, sem medo de me expressar, sem pestanejar...
livre, leve e solta,
como um barco velejando de vento em popa!

Você é o meu Oásis!
Me energizo em nossas trocas,
qual xilema e floema fluindo no tronco isento de broca.
Assim me delicio, me abro, desabafo...
e confesso sentir até o que não deveria sentir,
por ser proibido, censurado,
mas, nem por isso, menos verdadeiro e legitimado.
Seu jeito de lidar com os meus desatinos sempre me encantou!
Apesar dos erros, sem julgamento me acolhe
e recolhe o que de mim restou.

Oásis! Aconchego onde me jogo seca
e renovo a avassaladora paixão pela vida,
pra mim imprescindível,
que o dia vivido na labuta me tirou.
Onde descanso dos meus desamores
e alimento, entre mil fervores,
este amor apaixonado e apaixonante,
essência da minha vida,
que nunca me abandonou.

Desejado Oásis!
Refrigério para os meus medos triviais,
para minhas emoções reprimidas, inconfessáveis,
existentes, embora invisíveis, indecifráveis.
E creia, amado meu,
se consigo prosseguir no meu caminho,
incansável, guerreira, amorosa combatente,
exalando uma ternura envolvente,
é porque achei, no deserto da vida,
simplesmente Você, na subida,
que me faz querer ficar sem hora de partida.

Poetisa das Marés, Sueli Amália