segunda-feira, 14 de julho de 2008

A torneira aberta!Maria Lucia Inocencio Camargo

Estamos sofrendo muito com este inverno tão seco.
De quem será a culpa? Minha, sua, do nosso vizinho,do nosso amigo, do nosso inimigo, da criança, do novo, do velho, enfim, de todos.
A ganância faz o homem destruir as matas , fazer queimadas,não se preocupar com a natureza.
Antigamente, éramos mais simplistas , não que eu seja contra as descobertas cientificas, longe disso,mas seguiamos mais a natureza,plantávamos em certa lua, colhiamos em outra .
Nossos indios, hoje considerados como crianças, tinham a sabedoria que vinha dos antepassados e estavam bastante ligados na natureza e em Deus.
Eles instintivamente, preservavam os rios e as matas. Eram ecológicamente corretos.
Nossos indios não queimavam o solo para plantar. Faziam rodizio de cultura, partiam para outro lugar , não exauriam o solo .
Esse costume de queimar para plantar, veio dos portugueses e, quando eles foram se tornando civilizados, aculturados, segregados dos seus uso
e costumes , foram perdendo sua identidade e sua ligação com a natureza.
Eles já tinham uma religião, mas á eles foi imposta a religião dos padres e hoje, a dos evangélicos.
É triste , ver o indio vivendo em reservas , tecendo o que as freiras acham que vai dar dinheiro , ou fazendo orações que os evangélicos ensinam , para que eles ganhem o céu.
Essas reservas, são indignas porque obrigam o indio a ser o que ele não é, e por isso, eles se suicidam.
Se embebedam com pinga mesmo, porque aprenderam com o branco, a fazer isso, esqueceram os seus rituais xamânicos que usava a bebida para conectá-los ao plano espiritual.
Em uma viagem ao Mato Grosso, ví uma reserva indigena e as pessoas levando balinhas para jogar para as crianças e, escondido, dando moedinhas para os adultos. Na época, eu era muito jovem e não me dei conta de quanto aquele ato era errado. É o mesmo que dar esmolas nas ruas.
Voltando ao tema do inverno seco, que traz tanto sofrimento ás pessoas em geral, e ás crianças em particular:- há uns anos atrás, fui visitar alguns lugares , e, em um deles, tinha uma torneira aberta, que
fez muitas pessoas que me acompanhavam procurar a borboleta que abre e fecha a mesma.
Mas essa borboleta não existia.
A torneira ficava aberta dia e noite, noite e dia...jorrando água sem parar.
Questionada sobre o assunto, a senhora disse que eles não tinham colocado uma torneira de abrir e fechar, porque a água caia no tanque e voltava para o rio.
E eu, fico aqui pensando... quantas torneiras abertas existem na vida , jorrando água sem parar.
Aquela agua voltava para o rio, e as outras, onde vão parar?






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