terça-feira, 13 de agosto de 2013

AMANTES - Maria Lúcia Inocêncio Camargo

 AMANTES

Como um animal tangido pela vida e pela idade,
Ele seguia pela noite escura
Cabeça baixa como envergonhado.
Ela seguia a seu lado.
Parecia perguntar-se se valera a pena.
Mãos segurando mãos, mas escondidas.
Passaram não pararam.
Seguiram em frente
Calmamente, sem pressa.
Pressa para quê se o objetivo foi atingido?
Encontrar um abrigo para viver e morrer.

domingo, 11 de agosto de 2013

POEMA PARA ACALENTAR MEU PAI - Elza Fraga



POEMA PARA ACALENTAR MEU PAI

Quando olho
no fundo da tua pupila
a enxergo vazia
os sonhos desalojados,
um a um,

a vida que ali corria
agora ausente,

sem moradia,

a boca nem desmente
mais
o que o olho
não me diz.

Dá uma vontade imensa
de te pegar no colo

e demente
cuspir no tempo
este infeliz

e dizer baixinho
numa voz macia
de consolo :

Liga não,
meu pai.

Foi covardia!

[elza fraga]
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