domingo, 29 de dezembro de 2013

DESPEDIDA DE 2013 - Maria Lúcia Inocêncio Camargo

Durante o ano corrente negligenciei os meus blogs tendo em vista que desde março de 2013 participo do Espaço do Artesanato em Socorro-SP.
Foram muitas reuniões, trabalho árduo pois eu não estava ambientada ainda.
Acertei muito mas errei muito também até entender como funciona uma Casa do Artesão.
Muitos interesses conflitantes mas enfim me encontrei.
Em 2014 pretendo rever meus horários e voltar ativamente aos meus interesses blogueiros.
Aos meus amigos,seguidores e visitantes desejo que o próximo ano seja muito próspero.
Que seus sonhos se realizem!



DESCENDO O PANO - Elza Fraga

DESCENDO O PANO

Se rugas sulcam a face
e os olhos já nem brilham
tanto


eu só culpo o pranto
por tanta vida fria
escorrendo
na coxia,

deveras não foi
o canto
a causa do estrago

pois esse foi amparo
nas noites vazias...

Agora,
quase na hora
de sair do palco,

me pego perguntando

se a alma vai vazia
ou leva bagagem

de terceira classe?

Imagem : Formatação Cida Fraga.

É com grande tristeza que informo que minha amiga Elza Fraga, cansada de pedir providências que não vieram deixou o Facebook.
Meu amigo Jander Drumond também deixou .

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

DESPEDIDA DE NÓS - Jorge Luiz Vargas

Jorge Luiz Vargas


DESPEDIDA DE NÓS
Hoje estamos partindo de nós
Não sabemos aonde o amor se perdeu
Tudo o que fizemos e sonhamos 
Tanto amor e carinho
Deixamos pelo caminho
Hoje estamos nos despedindo
Com incertezas, dúvidas, saudadeS
Nos olhamos, mas os olhos
Marejados pela tristeza
Não conseguiram se encontrar
Não tivemos tempo para um abraço
Como no primeiro encontro
Não tivemos tempo para um sorriso
Como tantos que o tempo nos deu
O mesmo tempo que agora diz
Que nosso tempo acabou, se perdeu
Tempo!
Por que não parou naquele exato momento
Do carinho, da paixão e da alegria
Por que não parou naquele instante
Do beijo roubado, do momento mais ousado
Do amor bem feito
Por que, tempo?
Por que tinha que ser desse jeito?
Resolveu parar logo agora
Na hora da dor no coração
Da saudade
E da falta que faz
Quem não tenho mais...
Jorge Luiz Vargas

terça-feira, 13 de agosto de 2013

AMANTES - Maria Lúcia Inocêncio Camargo

 AMANTES

Como um animal tangido pela vida e pela idade,
Ele seguia pela noite escura
Cabeça baixa como envergonhado.
Ela seguia a seu lado.
Parecia perguntar-se se valera a pena.
Mãos segurando mãos, mas escondidas.
Passaram não pararam.
Seguiram em frente
Calmamente, sem pressa.
Pressa para quê se o objetivo foi atingido?
Encontrar um abrigo para viver e morrer.

domingo, 11 de agosto de 2013

POEMA PARA ACALENTAR MEU PAI - Elza Fraga



POEMA PARA ACALENTAR MEU PAI

Quando olho
no fundo da tua pupila
a enxergo vazia
os sonhos desalojados,
um a um,

a vida que ali corria
agora ausente,

sem moradia,

a boca nem desmente
mais
o que o olho
não me diz.

Dá uma vontade imensa
de te pegar no colo

e demente
cuspir no tempo
este infeliz

e dizer baixinho
numa voz macia
de consolo :

Liga não,
meu pai.

Foi covardia!

[elza fraga]

domingo, 9 de junho de 2013

AMOR FEINHO
Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado é igual fé,
não teologa mais.
Duro de forte o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero um amor feinho.
( poema de Adélia Prado )
(Do livro Bagagem. Rio de Janeiro: Record, 2011. p. 97)
*

Agora,ó José - Adélia Prado

Agora, ó José
É teu destino, ó José,
a esta hora da tarde,
se encostar na parede,
as mãos para trás.
Teu paletó abotoado
de outro frio te guarda,
enfeita com três botões
tua paciência dura.
A mulher que tens, tão histérica,
tão histórica, desanima.
Mas, ó José, o que fazes?
Passeias no quarteirão
o teu passeio maneiro
e olhas assim e pensas,
o modo de olhar tão pálido.
Por improvável não conta
O que tu sentes, José?
O que te salva da vida
é a vida mesma, ó José,
e o que sobre ela está escrito
a rogo de tua fé:
“No meio do caminho tinha uma pedra”
“Tu és pedra e sobre esta pedra”.
A pedra, ó José, a pedra.
Resiste, ó José. Deita, José,
Dorme com tua mulher,
gira a aldraba de ferro pesadíssima.
O reino do céu é semelhante a um homem
como você, José.
( poema de Adélia Prado )

(Do livro Bagagem. São Paulo: Siciliano, 1993. p. 34

quarta-feira, 17 de abril de 2013

A UM AUSENTE - Maria Lúcia Inocêncio Camargo


A UM AUSENTE

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.

Carlos Drummond de Andrade

AMOR EM PAZ - Maria Lúcia Inocêncio Camargo


Amor em paz

Eu amei
Eu amei, ai de mim, muito mais
Do que devia amar
E chorei
Ao sentir que iria sofrer
E me desesperar

Foi então
Que da minha infinita tristeza
Aconteceu você
Encontrei em você a razão de viver
E de amar em paz
E não sofrer mais
Nunca mais
Porque o amor é a coisa mais triste
Quando se desfaz
Vinícius de Moraes

A CARTA - Maria Lúcia Inocêncio Camargo

A CARTA
Maria Lúcia Inocêncio Camargo

Acordei com o sol batendo na minha janela.
Me espreguicei,fiz um horinha e pulei da cama.
Peguei papel,caneta e escrevi.
Coloquei toda a minha'alma naquelas linhas...
Contei meus desejos,meus devaneios,meus sonhos...
Confessei meus amores,minhas loucuras...
Depois de escrita,não enviei.
Não sabia para quem...

domingo, 14 de abril de 2013

QUEM DE MIM... - Barão da Mata

QUEM DE MIM...?

Se eu fosse teu amante mais fogoso,
Namorado mais intenso, afetuoso,
O teu homem mais viril, impetuoso,
Teu mulato espadaúdo, musculoso,
Teu herói destemido, valoroso...?

Se eu fosse teu poeta vagabundo,
Teu cantor de sentimento mais profundo,
Teu guerreiro tão audaz, tão iracundo,
Teu guru a te ensinar coisas do mundo,
Teu mentor de terras longes oriundo...?

Se eu fosse um milagroso feiticeiro,
O teu caso mais bonito e mais faceiro,
Mulherengo atrevido e aventureiro,
Teu galante e delicado seresteiro,
Teu entregue apaixonado violeiro...?

Quem de todos enfim preferirias,
Quem de mim, mulher, escolherias,
Para seres minha e só minha tão somente,
Pra me amares então dementemente?

Barão da Mata

domingo, 7 de abril de 2013

A ESTRELA CANTA - Barão da Mata

A ESTRELA CANTA

A estrela canta,
e a sua voz suave de pluma se expande pelos quatro cantos do teatro,
e atravessa as paredes para ganhar o Universo.
Fascínio, hipnose, alumbramento...
A voz da estrela me leva consigo pr'um mundo encantado
de puro lirismo.
Eu, embriagado de sua voz...
sua voz...
sua voz, que emana fachos de luz coloridos
que iluminam docemente a alma de todos.

Meu olhar embevecido contempla todo o tempo aquela diva,
e minh'alma se vê escravizada pelo seu cantar.
Eu, escravo, absorto, mais pareço um menino
arrebatado pela primeira paixão.

Barão da Mata

quinta-feira, 4 de abril de 2013

ASSASSINATO - Elza Fraga


ASSASSINATO

Esvaziou o peito

do ar que o amor
guardara
por um bom tempo,

sufocou
até perder
a inspira-ação,

matou
por asfixia
o sentimento,

até já,
volto logo,
nem foi dito...

Nunca mais foi visto.

[elza fraga]

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