domingo, 10 de abril de 2016

Historias que o povo conta.-Maria Lúcia Inocêncio Camargo.

Histórias que o povo conta.


Maria Lúcia Inocêncio Camargo


Não sei porque hoje me lembrei de um caso que ouvi.
Uma senhora tinha vários filhos e um marido muito rígido.
Sua vida com o esposo não era um mar de rosas como se diz.
Ele era grosseiro e se achava o dono da verdade.
Os móveis não podiam ser trocados, eram antigos como peças de museu.
A casa tinha janelões que nunca eram abertos.
Na sala de visitas a lampada era  de luz amarela e uma só.Então a casa era muto tétrica com aquela escuridão.
A cozinha ainda tinha fogão á lenha . 
Quando chegavam as visitas a mulher tinha que ir para o quarto.
Os filhos não falavam com ela e o marido só falava para dar ordens.
O quarto que reservaram para ela tinha só uma cama patente.Ela tinha que usar urinol, não podia usar o banheiro nem outras dependências da casa que era enorme.
Isso era um castigo enorme!
O que teria feito essa mulher para ser tratada dessa forma?
Um dia ela ficou doente entre a vida e a morte.
Todos desesperados não sabiam o que fazer.O médico disse que ela não viveria muito tempo.
Chamaram o padre. A mulher se confessou e recebeu a extrema unção e um conselho do padre.
Deveria lavar sua alma e relatar tudo o que havia confessado a ele.
A mulher como já se considerava no reino do céu chamou o marido e disse-lhe:-"Me perdoe,não quero morrer com esse pecado tenho um segredo para lhe confessar.
O marido disse -"não precisa contar pois você é uma mulher virtuosa e seu pecado deve ser uma bobagem.Fique tranquila!
Mas a mulher insistiu muito pois tinha medo de morrer com esse pecado pois o padre disse que só a absolveria depois dela falar ao marido.
A pobre insistiu muito e contou que uma vez havia se apaixonado pelo seu cunhado e ele  também por ela. Que ela fora feliz com ele , recebera muita atenção e haviam consumado seu amor.
O marido ficou possesso, chamou toda a família, os filhos os vizinhos e o irmão.
Falou que ela era pior que prostituta e que deveria morrer!A mulher como que por encanto não morreu sarou completamente.E vivia assim como se não estivesse ali.Quando chegava alguém ela  tinha que se recolher ao seu quarto e os filhos contavam a sua infelicidade. Todos a xingavam de maldita, prostituta e outros nomes que não posso dizer.Quando fiquei sabendo do caso , fazia mais de vinte anos que ela revelara seu segredo.
Ficar sem abrir a boca por todo esse tempo não poder sentar-se á mesa isso é terrível.

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