Estou perdido num tempo
em que tudo que amei se foi,
em que tudo que havia perdeu-se,
tudo o que havia não há.
Não há mais casas singelas
com casais apaixonados
se beijando nos jardins.
Não há mais olhos brilhantes
de mulher enamorada
sob a lua cor de prata.
Não há mais brisa de outono
nem cantiga matutina
para iluminar as manhãs.
Não há mais praças bonitas
com casais cheios de sonhos
e crianças a brincar.
Não há mais o jasmineiro
sob o qual beijava Helena
entre juras imaturas.
Não há mais o violão
que meu pai tocava à noite,
a me encher de comoção.
Não há mais canção bonita
e olhar cheio de súplica
de menina apaixonada.
Não há mais noites de a alma
libertar-se dos pecados
e entregar-se à poesia.
Não há mais momentos líricos
de querer amar profundo,
de querer viver de amor.
Não há mais nenhuma hora
de dizer versos bonitos
e de ouvir coisas tocantes.
Não há mais canção de roda,
não há mais meus pais, a casa
que abrigou a minha infância.
Não há mais a adolescência,
não há mais a juventude,
não há mais aqueles tempos
tão distantes, que parecem
aos meus olhos tão vividos
mais quimeras que lembranças.
Barão da Mata
www.baraodamatapoemas.blogspot.com.br
com casais apaixonados
se beijando nos jardins.
Não há mais olhos brilhantes
de mulher enamorada
sob a lua cor de prata.
Não há mais brisa de outono
nem cantiga matutina
para iluminar as manhãs.
Não há mais praças bonitas
com casais cheios de sonhos
e crianças a brincar.
Não há mais o jasmineiro
sob o qual beijava Helena
entre juras imaturas.
Não há mais o violão
que meu pai tocava à noite,
a me encher de comoção.
Não há mais canção bonita
e olhar cheio de súplica
de menina apaixonada.
Não há mais noites de a alma
libertar-se dos pecados
e entregar-se à poesia.
Não há mais momentos líricos
de querer amar profundo,
de querer viver de amor.
Não há mais nenhuma hora
de dizer versos bonitos
e de ouvir coisas tocantes.
Não há mais canção de roda,
não há mais meus pais, a casa
que abrigou a minha infância.
Não há mais a adolescência,
não há mais a juventude,
não há mais aqueles tempos
tão distantes, que parecem
aos meus olhos tão vividos
mais quimeras que lembranças.
Barão da Mata
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