segunda-feira, 15 de setembro de 2008

SONETO DA VOLTA


SONETO DA VOLTA


Desde este instante, sem cessar, maldigo,

Aquele instante de felicidade!

Para que tu vieste ter comigo,

Meu amor! Minha luz! Minha saudade?!

Dês que te foste, foram-se contigo

Todos os sonhos desta mocidade...

A tua vinda — fora-me um castigo;

A tua volta — uma fatalidade!

Dês que te foste, dentro em mim plantaste

A ânsia infinita dos desesperados

Porque voltando, nunca mais voltaste...

Correm-me os dias de aflições, cobertos:

Eu entrei para o amor de olhos fechados

E saí para a dor de olhos abertos!


Vespasiano Ramos

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