quinta-feira, 15 de setembro de 2011

DESPEDIDA - Jorge L.Vargas


Jorge L. Vargas:
Despedida

Um dia, quando chegar a hora da sua despedida e você tiver que ir embora, mesmo que eu sinta profunda tristeza, prefiro que não me olhes.

Queria que sua despedida fosse como a da tarde em relação ao dia. Dando lugar à lua para enfeitar a noite, que depois cede seu lugar ao sol, para iluminar e aquecer um novo dia.

Queria que sua despedida tivesse a leveza de um botão desabrochando em flor, com cor e perfume para alegrar um coração apaixonado, o mesmo coração que um dia você nele se plantou e fez dele um lindo jardim, com rosas, margaridas, orquídeas e jasmins, plantados por você e com seu jeito doce de gostar de mim.

Queria que sua despedida fosse como a calmaria do mar, tranqüila e serena, sem marear, onde eu possa com minha nau navegar sem sobressaltos e que fosse também como a corrente dos rios, que ao encontrar seu destino, o mar, se harmonizassem o doce com o sal e desmanchassem tristezas e mágoas, se acaso elas existissem.

Queria que sua despedida fosse como a lua se despede do sol. Como o dia se despede da noite. Como as estrelas se vão, apenas deixando de brilhar, mas elas, elas sempre estarão lá.

Queria que você, ao se despedir de mim, não falasse nada. Não dissesse nada. Apenas deixasse de brilhar e transformasse em silêncio a certeza que permanecerá eternamente viva no meu coração e que você simplesmente fosse... Como foi... Mas deixando em mim a esperança, de quem sabe um dia, embalando sonho e fantasia, a gente possa se reencontrar... Lá no céu... Eu, você, a lua... E a poesia.

Baseado no meu “Poema da Despedida”, publicado no meu livro “Momentos – Eu, você, a Lua e a poesia.

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