sexta-feira, 3 de abril de 2009

CHIRUA - Poetisa das Marés.


CHIRUA

Fui tua Chirua,
com cheiro de fruta do mato, de flor.
Tu me chamavas de “vida”, de “amor”.
Entraste em minha vida e me quiseste tão de repente,
tão insistente tu te fizeste
que me tiveste em pensamento
no tempo da gente.
Me recebeste, me prendeste
em teus meandros, em teus enredos,
em teu rancho de chão batido,
cantando um chorinho com tanto encanto
por um tempo somente.
Tocamos o limite impoderável
que o mistério do nosso encontro proporcionou,
trazendo pra nós o imensurável
razão suprema da vida – ah, o amor!
E ao cair da noite,
quando tu chegavas da lida do dia, cansado,
entre beijos entrecortados,
rindo, sobre teu corpo eu me debruçava,
meus cabelos sobre teu rosto caindo
e tu docemente, os afastavas
eu, qual cotovia, te sussurava:
“Sou tua Chirua, tua companhia,
tomei a forma do teu querer
pra em ti viver e de amor morrer”.

Sueli Andrade (Poetisa das Marés)

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