quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Uma poesia do Boca do Inferno.


Gregório de Matos


Soneto



Mancebo sem dinheiro, bom barrete,
Medíocre o vestido, bom sapato,
Meias velhas, calção de esfola-gato,
Cabelo penteado, bom topete.
Presumir de dançar, cantar falsete,
Jogo de fidalguia, bom barato,
Tirar falsídia ao Moço do seu trato,
Furtar a carne à ama, que promete.
A putinha aldeã achada em feira,
Eterno murmurar de alheias famas,
Soneto infame, sátira elegante.
Cartinhas de trocado para a Freira,
Comer boi, ser Quixote com as Damas,
Pouco estudo, isto é ser estudante.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

Nenhum comentário:

Powered By Blogger

Uma mulher apaixonada pela vida!

Minha lista de blogs

Arquivo do blog