
CISMAS
Sou filha da primavera,
quero a chuva pra florir
tenho tanto pra dizer,
não dá mais pra só sentir.
Mas o que sinto e não nego,
só vai caber num poema,
no recinto das palavras
que bordam rimas serenas.
Vou falar do vôo nascente,
que rasga o medo no escuro
dos sonhos vivos, decentes,
que nunca serão maduros.
E entre as outras estações,
quando eu tiver que fugir
do calor ou neve pouca
mesmo assim vou transgredir
a orla do pensamento,
descer ao fundo do abismo,
voltar a qualquer momento
com tudo aquilo que cismo.
Basilina Pereira
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