domingo, 14 de dezembro de 2008

Fome e sede de ti (Poetisa das Marés, Sueli Amália)


FOME E SEDE DE TI

Eu quero te amar perdidamente
Que seja por um instante ou por uma estação somente
Vou chegar a ti sem amarras, leve e diáfana como o vento,
Pés no chão, cabelos soltos cor de cobre, coração na mão.
Bem de tardinha, já noitinha,
Para teus braços, já cansados da lida do dia, se abrirem,
Felizes e agoniados, para mim.
Vou derramar espumante devagarinho pelo teu corpo nu,
Sorver cada gota com sofreguidão como se fosse a última, como se fosse o último momento
Deste nosso alento que corre para um caminho sem fim.
Quero te olhar até tuas entranhas, lendo tua
alma. E meu olhar te atrairá para mim,
com um beijo salvador do teu destino incerto.
No crepúsculo dos momentos de amor eternizados,
Eu te direi, debruçada na tua boca, entre suspiros e gemidos,
De que é que tens fome e sede, meu amado.

Poetisa das Mares, Sueli Amália

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